Já consegui entender o método desta gente. Os noruegueses são pessoas frias, em que a maneira deles estarem na sociedade é: não interfiras na minha vida que eu também não interfiro na tua. Falar com uma pessoa como conversa de ocasião é algo que não lhes assiste. "Porque estas tu a falar comigo?". Eles não vão dizer, mas vão com certeza pensá-lo. São pessoas tímidas mas bastante directos, e nos primeiros tempos eu pensava simplesmente que eles eram pessoas mal educadas.
Os noruegueses gostam muito de viajar e não dão muito valor ao dinheiro porque têm bastante, são reservados e tímidos, e não fazem muito esforço para trabalhar porque se não estiverem bem no seu trabalho muito facilmente conseguirão outro.
Os noruegueses gostam de empregos normais, em horários de escritório (quem não gosta?) e o álcool é tão controlado porque antes do boom econômico deste pais. a Noruega era um país pobre e com uma alta taxa de alcoolismo.
E difícil fazer amigos aqui pois ao serem pessoas tímidas, não têm facilidade em relações interpessoais e os seus amigos são os que os acompanham desde a creche.
A Noruega tem mulheres lindíssimas, tal como toda a Escandinávia mas devido a fraca habilidade deles para a relações, a Noruega é do países com maior taxa de inscritos em sites de encontros. Fácil, e rápido, como eles gostam que tudo seja.
De experiência pessoal, as raparigas não pretendem sequer fazer amizades com outras raparigas, só conversa de trabalho ou ocasião porque tem de ser, e os rapazes das duas uma: ou ignoram-nos seja qual for o motivo, ou fazem se descaradamente a nós. Sem meio termo.
Ciúmes é uma coisa mal vista pela sociedade, e é até feio se alguém do casal manifesta esse sentimento. Sao bastante infiéis mas nada que aborreça qualquer membro do casal: ciúmes é mesmo olhado de lado.
Sem sombra de duvida que o povo mais porreiro da Escandinávia são os suecos e são os escandinavos mais fáceis de abordar, manter uma conversa ou até criar amizade.
Os noruegueses adoram a Tailândia e a austrália, e é muito comum encontrarem se casais entre noruegueses e pessoas desses países.
Velkommen til Norge
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
A Noruega não é o país perfeito
A impressão que temos da Noruega enquanto não conseguimos entrar no sistema, ou vista até de casa no nosso país de origem é que a Noruega é o país perfeito. Da tolerância, do trabalho, da universalidade. Na verdade a Noruega é apenas um país que se sabe vender muito bem para o exterior.
Os documentos também se perdem, os comboios também atrasam, as pessoas também são incompetentes e a situação fora do normal é um bicho de sete cabeças, mas sem stress.
A Xenofobia é mais que recorrente na Noruega e ainda se pior se não se sabe a língua, o inglês não é falado em todo o sítio por qualquer pessoa, e as dúvidas são um problema nosso e só nosso que ninguém sabe tirar nem estão muito interessados nisso, por não ser um assunto deles.
Noruega significa apenas dinheiro, muito dinheiro. Um pequeno Portugal em que as coisas falham, a corrupção existe em menor escala mas onde tudo é resolvido a petróleo e dinheiro.
Venham, entrem na Noruega se conseguirem! Mas este não é o pais de todo, o pais da tolerância.
Os documentos também se perdem, os comboios também atrasam, as pessoas também são incompetentes e a situação fora do normal é um bicho de sete cabeças, mas sem stress.
A Xenofobia é mais que recorrente na Noruega e ainda se pior se não se sabe a língua, o inglês não é falado em todo o sítio por qualquer pessoa, e as dúvidas são um problema nosso e só nosso que ninguém sabe tirar nem estão muito interessados nisso, por não ser um assunto deles.
Noruega significa apenas dinheiro, muito dinheiro. Um pequeno Portugal em que as coisas falham, a corrupção existe em menor escala mas onde tudo é resolvido a petróleo e dinheiro.
Venham, entrem na Noruega se conseguirem! Mas este não é o pais de todo, o pais da tolerância.
Blog ao abandono
Sem duvida que o tempo aqui consegue ser manipulador.
Criei um blogue porque achei ter tempo a mais e escrever aqui iria ajudar me a passar o tanto tempo disponível quando na verdade não me sobra tempo nenhum.
Mas aqui continuamos, a adaptação começa a surgir e resolvi querer ficar mais do que os planeados seis meses neste país de gente estranha.
A neve chegou, e por enquanto não é assim tão mau.
Dia a dia as coisas vão encaixando.
Criei um blogue porque achei ter tempo a mais e escrever aqui iria ajudar me a passar o tanto tempo disponível quando na verdade não me sobra tempo nenhum.
Mas aqui continuamos, a adaptação começa a surgir e resolvi querer ficar mais do que os planeados seis meses neste país de gente estranha.
A neve chegou, e por enquanto não é assim tão mau.
Dia a dia as coisas vão encaixando.
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
Natal?
Fui a contemplada para ser a única portuguesa a trabalhar na véspera de natal, e para sair a meia noite apenas.
Todos os colegas que estavam a trabalhar não festejam o natal por motivos religiosos por isso todos me perguntavam: não és cristã? Não devias estar a celebrar o natal?
Pois mas eu não tive escolha, e não contrário deles não fui eu que me voluntariei para trabalhar na véspera de natal. Mesmo não acreditando ou tendo significado todos me desejavam feliz natal, foi muito bonito ver que apesar de tudo, as pessoas respeitam e aceitam a forma de viver dos outros.
Estava muito ansiosa por chegar a casa pois a festa dos portugueses foi aqui e eu sabia que quando chegasse haveria prendas e espírito natalício, como em casa. Mas como tudo me corre trocado, a minha boleia para casa tardou, por estar a comemorar o seu próprio natal e eu cheguei a casa perto das duas da manhã.
Já não havia nem pessoas, nem lareira acesa, nem espírito natalício. Apenas uma casa para arrumar e o restos de uma festa que costumava ser a minha altura do ano favorita.
O meu colega de casa ouviu me entrar, chamou-me para um abraço de feliz natal e depois deixei-o descansar pois todos entravam muito cedo hoje no trabalho.
Aí sim a tristeza invadiu me, a ansiedade de chegar a casa não era a esta. Mas sim a minha casa em Portugal onde a minha família estaria a volta da mesa com as rabanadas e o bacalhau da minha avó.
Quis tanto chegar a casa, pensando que seria esta, mas a casa que eu quero realmente chegar está apenas no meu coração e na minha cabeça.
O natal não teve o mesmo sabor, nem para mim nem para quem ficou em casa a sentir a minha falta. Acho que acabei de perder o gosto à minha altura do ano favorita.
Todos os colegas que estavam a trabalhar não festejam o natal por motivos religiosos por isso todos me perguntavam: não és cristã? Não devias estar a celebrar o natal?
Pois mas eu não tive escolha, e não contrário deles não fui eu que me voluntariei para trabalhar na véspera de natal. Mesmo não acreditando ou tendo significado todos me desejavam feliz natal, foi muito bonito ver que apesar de tudo, as pessoas respeitam e aceitam a forma de viver dos outros.
Estava muito ansiosa por chegar a casa pois a festa dos portugueses foi aqui e eu sabia que quando chegasse haveria prendas e espírito natalício, como em casa. Mas como tudo me corre trocado, a minha boleia para casa tardou, por estar a comemorar o seu próprio natal e eu cheguei a casa perto das duas da manhã.
Já não havia nem pessoas, nem lareira acesa, nem espírito natalício. Apenas uma casa para arrumar e o restos de uma festa que costumava ser a minha altura do ano favorita.
O meu colega de casa ouviu me entrar, chamou-me para um abraço de feliz natal e depois deixei-o descansar pois todos entravam muito cedo hoje no trabalho.
Aí sim a tristeza invadiu me, a ansiedade de chegar a casa não era a esta. Mas sim a minha casa em Portugal onde a minha família estaria a volta da mesa com as rabanadas e o bacalhau da minha avó.
Quis tanto chegar a casa, pensando que seria esta, mas a casa que eu quero realmente chegar está apenas no meu coração e na minha cabeça.
O natal não teve o mesmo sabor, nem para mim nem para quem ficou em casa a sentir a minha falta. Acho que acabei de perder o gosto à minha altura do ano favorita.
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Relações dos portugueses
Este era um tema que sinceramente andava a evitar falar aqui. Não só pelo seu constante estado em mudança mas também porque é dos temas que mais me custa em estar aqui.
Todo o meu grupo chegou com situações bem resolvidas para a Noruega. Alguns acabaram relações para se integrarem por completo no projecto, outros fugiram de relações para aqui, outros (tal como eu) decidiram não desacreditar no amor e continuar a relações a distância e claro: os solteiros.
O que é certo, e apenas um mês depois de aqui estarmos percebemos que as coisas são mesmo difíceis, e nem sempre conseguimos fazer quem está desse lado do mundo satisfazer toda a curiosidade pois nem nos mesmos sabemos responder a tanta coisa a acontecer neste momento na nossa vida.
A vida da muitas voltas e no grupo já há alguns casalinhos, alguns casais exteriores já terminaram relações e quem as mantem pensa e repensa nelas. Mais uma vez, isto é totalmente a casa dos segredos e as coisas vivem-se muito mais intensamente. Não temos aqui ninguém, apenas uns aos outros, se até tivermos essa sorte, e deixamos-nos levar por que 'um carinho ás vezes cai bem'.
O segredo é ser forte e não deixar que 2000 km's de distância afectem o que verdadeiramente sentimos por quem deixamos em casa.
Todo o meu grupo chegou com situações bem resolvidas para a Noruega. Alguns acabaram relações para se integrarem por completo no projecto, outros fugiram de relações para aqui, outros (tal como eu) decidiram não desacreditar no amor e continuar a relações a distância e claro: os solteiros.
O que é certo, e apenas um mês depois de aqui estarmos percebemos que as coisas são mesmo difíceis, e nem sempre conseguimos fazer quem está desse lado do mundo satisfazer toda a curiosidade pois nem nos mesmos sabemos responder a tanta coisa a acontecer neste momento na nossa vida.
A vida da muitas voltas e no grupo já há alguns casalinhos, alguns casais exteriores já terminaram relações e quem as mantem pensa e repensa nelas. Mais uma vez, isto é totalmente a casa dos segredos e as coisas vivem-se muito mais intensamente. Não temos aqui ninguém, apenas uns aos outros, se até tivermos essa sorte, e deixamos-nos levar por que 'um carinho ás vezes cai bem'.
O segredo é ser forte e não deixar que 2000 km's de distância afectem o que verdadeiramente sentimos por quem deixamos em casa.
domingo, 15 de dezembro de 2013
Colegas de casa
Somos 4 aqui em casa. E o horário deles é todo igual e eu sou a única excluída. Estive a dormir na mesma casa que eles sem os ver 3 dias. Parece estranho mas é verdade. Quando eu me levantava eles dormiam e quando eu me deitava eles chegavam.
Ao terceiro dia pensei mesmo: estou praticamente a viver sozinha e não gosto. Não me sinto mal mas sinto falta da companhia deles. Por alguma razão escolhi viver com mais três pessoas e não sozinha, aqui e muito fácil deixarmos nos levar pela solidão. A falta de luz, a língua, e o pouco calor humano e o frio tornam a solidão algo porque se te obrigatoriamente de passar e eu recuso-me!
Ontem, mais uma vez ao levantar me com eles deitados, tinha um bilhete na casa de banho: bom dia e bom trabalho! E foi tão giro! Sorri imenso e pensei que é assim que os laços se começam a criar, com piadas, e bilhetes. E soube me tão bem começar a deixar de viver numa casa dos segredos (eu chama lhe assim porque não nos conhecemos uns aos outros de lado nenhum) para começar a viver com amigos. O processo e gradual, natural e agradável.
Ao terceiro dia pensei mesmo: estou praticamente a viver sozinha e não gosto. Não me sinto mal mas sinto falta da companhia deles. Por alguma razão escolhi viver com mais três pessoas e não sozinha, aqui e muito fácil deixarmos nos levar pela solidão. A falta de luz, a língua, e o pouco calor humano e o frio tornam a solidão algo porque se te obrigatoriamente de passar e eu recuso-me!
Ontem, mais uma vez ao levantar me com eles deitados, tinha um bilhete na casa de banho: bom dia e bom trabalho! E foi tão giro! Sorri imenso e pensei que é assim que os laços se começam a criar, com piadas, e bilhetes. E soube me tão bem começar a deixar de viver numa casa dos segredos (eu chama lhe assim porque não nos conhecemos uns aos outros de lado nenhum) para começar a viver com amigos. O processo e gradual, natural e agradável.
Um mês de Noruega
E assim se passou um mês, tão rápido numas coisas e tão lento noutras. Para todos nós que estamos a viver esta experiência o tempo tem outro sabor. 1 mês em dias sabe a anos em aventura, meses em experiência e horas desde que deixamos os nossos em casa, no trabalho ou na despedida do aeroporto.
Sinto que cheguei ontem, mas tenho saudades de como quem já partiu a tanto tempo...
Sinto que cheguei ontem, mas tenho saudades de como quem já partiu a tanto tempo...
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